VALENTINA
Continuei acompanhando o avanço
da multidão, até que senti uma pequena fisgada em minha cabeça. Não era incomum esse tipo de dor me assolar e
tinha apenas dois motivos. Um era a iminente Tpm, já proclamando uma
menstruação daquelas. Ou as dores comuns de minha infância, que me atacam as
vezes em maior ou menor grau, sem data ou hora marcada e sem explicação
aparente. Como eu tinha certeza de que não era a primeira, respirei fundo,
tentando me concentrar em algo que não tivesse relação com a dor, usando as
entranhas para expulsar a sensação ruim de meu corpo. Ajeitei a peruca barata
em minha cabeça e esvaziei meu copo tentando ignorar a dor que começava a
latejar meus nervos, e um zumbido ecoar em meus ouvidos.
Mas nem sempre funcionava e hoje
pelo visto seria um dia daqueles. Tentei vegetar novamente de olho a multidão até que algo chamou a minha atenção
completamente e me anestesiou da dor e de qualquer sensação ruim que pulsava em
minhas veias. Me senti completamente drenada pela figura que eu via.
Um rapaz se movia com languidez
pela multidão, e não encostava em nenhum deles, como se pudesse mover os outros
pela sua vontade, eu notei seu cabelo escuro solto em volto do rosto
misterioso. Ele era notável, mas ninguém parecia notá-lo. O rosto sério, focado
em algo, completamente a parte ao ambiente que ele atravessava...
Algo com a minha própria voz
sussurrava em meus ouvidos, algo desconhecido que movia meu corpo contra os
meus pensamentos ou a minha vontade, algo escapou de minha mão e se espatifou
ao chão enquanto eu corria em direção a força que me atraia e que eu precisava
possuir.
~ 3 comentários: ~
at: 23 de agosto de 2012 às 02:20 disse...
tá no forno, já!
at: 27 de agosto de 2012 às 22:03 disse...
Tá sim!! Em termino já! Ultimas cenas! hehehe
at: 9 de setembro de 2012 às 14:58 disse...
Só vindo aqui pra eu conseguir ler alguma coisa do seu livro, né!? Rsrsrs...Tá ficando bom, soeur! Bises!
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